"A palavra não foi feita pra enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita pra dizer."
Graciliano Ramos

domingo, 10 de janeiro de 2010

Fora dos Planos

Não sei bem como tudo começou.
Sei que foi um encanto a primeira, uma mágica que conseguiu me hipnotizar.
Talvez tenha sido pelo seu jeito seguro, firme.
Ou por você estar do outro lado, e eu, apesar de denominada previsível, com a minha mania de gostar tanto do incomum.
Ou pela sua maneira de sorrir que lhe desvendava e me tinha pouco a pouco...

Nada muito duradouro (pelo menos eu pensava).
Tinha tanta certeza que era uma admiração excessiva que nem ao menos planejei levar nada adiante.

Mas o que fazer se meus pensamentos quase ou nada inocentes ansiava teus beijos.
Se tua forma primeiramente austera não me fazia de forma alguma desistir.
Se eu engendrava esperanças nos teus gestos que eram arquitetados de forma igual pra todos, mas eu fantasiava.
Se em dois copos de vinho e um excesso de alegria, pelo telefone eu declarava tudo.
Se aqueles beijos curtos e rápidos em breves momentos que me tiravam o fôlego pelo resto da semana não trouxeram contemporâneos.

Planos furados. Planos que nunca dão certo, que nunca se deixam controlar.

Culpa das minhas escolhas involuntárias.
Culpa desse insistente sentimento platônico, constante, progressivo.
Que com uma certa audácia só tende a aumentar.
O que agora me tira o sono.

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